sexta-feira, 2 de abril de 2010

Ooo jogo começouuuuu...

E como a Val do Elos "preveu", eu estava mais ansiosa do que pensava para este momento!!

1º TAREFA

Eu estou em São Paulo, sou formada em Gestão Ambiental e trabalho com um projeto de geração de renda em Guapiara, para formalização de empreendimentos comunitários dos segmentos de artesanato e agropecuária.

Como estou? Como eu me sinto?

Sinto-me, a procura de algo, na verdade de muitas coisas, que as vezes não consigo identificar. Nessa fase da minha vida, procuro estar perto de pessoas, não só com as pessoas (amigos e famílias) que já fazem parte da minha vida. O que me chama é conhecer novas pessoas, participar de novos desafios e estar sempre me descobrindo. E profissionalmente, o meu desejo atual é participar de projetos socioambientais voltados para comunidades e participar da materialização de suas vontades(de pessoas que vivem em comunidades). Estar perto delas e mostrar que elas são capazes de mudar o lugar que elas moram, o jeito que elas vivem, e que junto com outras pessoas tudo isso fica muito mais fácil.
E por já conhecer o trabalho que o Instituto Elos desenvolve, conhecer um pouco da metodologia do Oásis e do programa do Guerreiros e já ter vivenciado duas experiências de Óasis eu acredito profundamente que participando do GSA 11, eu vou ser uma pessoa mais rica em todos os sentidos.
O que me chamou para participar do programa foi a percepção de que muitas vezes eu podo os meus sonhos, não me entrego totalmente a eles e também por querer me enriquecer profissionalmente.
E a metodologia do Óasis me toca profundamente fazendo-me refletir sobre o jeito que eu quero viver, e me mostra que esse caminho é totalmente possível ( um viver aprendendo violão, cantando, sendo independente, construindo ações com as pessoas, estando cada vez mais próxima da natureza, e mudando sim o mundo de algum jeito).
Então, agora mais do que nunca quero vivenciar esse processo intensamente, pois ele vai refletir sobre a materialização das coisas que eu quero realizar, vai trazer subsídios e confiança para eu atuar com comunidades, que é o meio que eu quero e já venho trabalhando.
Eu acredito que todas as pessoas já têm um guerreiro dentro de si, e eu quero continuar nesse caminho despertando a guerreira que há em mim em toda a sua totalidade.

E porque eu quero trabalhar com comunidades?

Bem que uma amiga já tinha me dito que o “jogo” para entrar ou não no GSA 11 ia ser um processo de auto-aprendizado e que me leva agora a me questionar sobre o porquê eu quero trabalhar profissionalmente com comunidades, e que também ajuda a responder um pouco da minha história de vida.

Na escola Mutirão

Dos 6 aos meus 14 anos eu estudei em uma escola, de período integral em São Paulo na Granja Viana, chamada Mutirão. Foi lá que eu senti o que era uma comunidade e como era bom viver de forma comunitária, integrada com as pessoas e com a natureza. E lá eu construí a base de quem eu sou. E por a escola ter poucos alunos, todos se conheciam, dos menores aos maiores, dos professores a outros funcionários. Quando existia algum problema com alguma pessoa, todos sabiam, porque o problema era colocado para todos. E foi lá também que eu vivenciei os meus primeiros rituais, vivenciei o sentido da palavra harmonia, cooperação, respeito e outros.
Enfim, foi por causa dessa vivência, que eu gosto de viver de forma coletiva e integrada com a natureza. E o que agora é uma limitação da minha vida (e um desafio pessoal), pois eu moro em um prédio e não me sinto pertencida a uma comunidade maior). E eu tenho uma grande vontade de viver em alguma comunidade. E além de viver, trabalhar com pessoas para gerar esse sentido de comunidade, pois dessa forma as coisas são mais divertidas, fazem mais sentido, é mais fácil a gente conseguir nos objetivos pessoais e é um jeito que eu acredito como o certo para se viver.
Agora profissionalmente, essa descoberta de querer trabalhar com o lado social, com comunidades, a materialização disso veio no meu penúltimo ano de faculdade, com primeiro a elaboração, junto com um grupo, de um plano de negócios para trabalhar com agricultores, para uma produção mais sustentável do ponto de vista ambiental e no sentido de aproximação de produtor e consumidor, através de uma metodologia de trabalho inspirada na da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. E que foi um trabalho que desencadeou no meu trabalho de conclusão de curso, também realizado em grupo. E que tinha por objetivo estudar metodologias de desenvolvimento comunitário, através da análise de três metodologias, incluindo a do Instituto Elos.
Todos esses trabalhos ajudaram a solidificar a materialização do Instituto Raízes (projeto com mais 4 amigos), organização que tem como missão trabalhar com desenvolvimento comunitário. E até hoje nos mantemos reuniões semanais para a materialização desse projeto.

Para ver o vídeo produzido sobre o Instituto Raízes, para a participação do Conexões SENAC 2009 ( programa de empreendedorismo social) acessar:


- http://www.youtube.com/watch?v=zXU0D4PY5e0


E profissionalmente, vivenciei também o trabalho com o social, no Instituto Gea, ONG que trabalhava com programas de educação ambiental para cooperados de Cooperativas de Materiais Recicláveis em São Paulo, e outros programas de gestão de resíduo. E tive uma vivência direta com um público também através de um programa de educação ambiental – Trilhas Urbanas - da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de SP.
E no começo do ano passado tive pela primeira vez o meu trabalho mais direto em comunidades de São Paulo. Comecei a trabalhar voluntariamente na organização “Um Teto para o Meu País” (UTPMP), em que até hoje faço algumas ações que podem mostrar que eu já sou uma guerreira.
O UTPMP é uma organização formada só por jovens universitários. E que tem como objetivo desenvolver comunidades, através da construção de casas emergenciais, seguidos de planos de habilitação social, dentre outros, em todo o estado de São Paulo. Fiz parte da área de Detecção e subárea de Acompanhamentos, que tem como função continuar o trabalho nas comunidades pós-construção.

Sobre a construção de uma casa na comunidade Jardim Gardênia em Suzano para Dona Maria em julho de 2009:

“Chão de terra batida, espaço mínimo, e um frio que nem casacos e cobertores te fazem aquecer. E lá também não têm água quente ou comidas que te esquentem. Você já pensou em dormir num lugar como esse? Ou melhor, você já pensou em morar num lugar desses?
Essa é a realidade de milhares de pessoas, e é a vida que leva D. Maria, mulher guerreira que sobrevive através da ajuda de filhos e de uma merreca que recebe do governo. E principalmente através de seu diferencial, que mesmo diante de tantos percalços que a vida já lhe pregou sobrevive de uma maneira muito forte. É o seu sorriso, seu amor que transparece e contagia, e que faz a gente refletir do que verdadeiramente importa na vida.
Três dias, muito esforço e suor, correrias, reflexões, sono, cansaço, horas de desânimo e de desespero, tábuas e painéis carregados, dedos e muitos pregos pregados, pés afundados, pessoas diferentes, e uma alegria que fazia valer à pena. Uma realidade dura, que te entristece, intriga e te deixa cético.
Diante de tudo isso foram erguidas 10 casas. E agora D. Maria, e outras 9 famílias, terão dias diferentes, com mais espaço e acreditando mais no ser humano e neles mesmos. Tomara que não passem mais frio, tomara que consigam montar as suas casas do jeito que sempre sonharam, tomara que não lhes falte comida, tomara que nunca mais se fragilizem. E principalmente, como diz D. Maria, que o sorriso nunca saia do rosto, e que o amor nunca acabe, pois isso é que dá sentido à vida. Quando nós juntos com os outros estamos bem, conectados e nos ajudando!”





Sobre a construção de uma casa na comunidade Anita Garibaldi em Guarulhos, para o Valdeci, em novembro de 2009:

“Olhos profundos, a procura de algo, e que até me intimidavam, pois eu sentia que a minha alma era tocada de um jeito nunca antes experimentado. Cada dia uma descoberta, uma parte nova surgia, a casa crescia e Valdeci se mostrava de jeitos diferentes. Num acorde de violão, num canto de Elton Jonh, ou num simples dizer de gratidão ou saudades. Ou então numa ânsia profunda de ter que mostrar a sua identidade, seus feitos e nos mostrar partes da comunidade em que vive há mais de nove anos.
Um trabalho que envolve confiança entre a equipe de voluntários e o proprietário da casa. Confiança para uma nova casa ser erguida, e votos para que ela ou a sua representação (ação) impulsione melhoras na auto-estima de seu morador. Tomara, tomara que ela tenha tocado Valdeci do jeito que ele me tocou e que isso lhe dê mais fôlego para ele nunca desistir de suas canções”.





E o meu compromisso quando eu voltar do programa do Guerreiros, é continuar com a materialização de projetos como o Instituto Raízes, trabalhos em comunidades e outros projetos socioambientias. E, sobretudo, continuar com a materialização dos meus sonhos e contribuir com a construção de um mundo melhor.

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