quinta-feira, 29 de abril de 2010
Em 250 palavras, espaço curto para dizer,
o que se passou comigo nesse 1 mês,
para dizer as coisas que eu descobri sobre mim,
e que me levaram a não desistir,
a não desistir de jogar esse jogo,
a não desistir de continuar a caminhar
por lugares não conhecidos,
a manter a cabeça erguida aos novos desafios,
e sorrir, sorrir sempre diante de tudo isso...
não importando o fim ( do jogo e de outros)
mas o caminho que está sendo percorrido.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
No dia 19, um dia antes da chegada de Pedro , Romilda, Marlene e Inês em São Paulo, eu estava muito inqueita e ansiosa. Preocupada para que todas as coisas planejadas dessem certo ( que eles fossem bem recebidos nas lojas, que não faltassem táxis - porque estavamos em 5 pessoas, que eles se sentissem a vontade) enfim que a experiência fosse super boa para eles, e assim já seria para mim.
Pois bem as 4h00 da manhã do dia 20, já estava acordassima, na expectativa de busca-los no terminal barra funda as 5h35 e o dia se seguiu com percalços pela difuldade de arranjar táxis, com a chuva que atrapalhou um pouco, com a preocupação deles não perderem o ônibus no dia seguinte ( eles pegaram o ônibus as 17h00 do dia 21 e as 14h00 ainda estavamos em um bate-papo super envolvente na loja Ponto Solidário no jardins).
Mas, o que eu posso dizer é que para mim essa experiência foi muito incrível, foi espetacular ver os olhos deles atentos para imensidão que iam descobrindo de São Paulo, o barulho estritente das buzinas no trânsito, a facilidade do metrô, a descoberta da escada rolante ( que mesmo com ela metada do grupo preferia subir as escadas). Olhares que por vezes pareciam ingênuos e que me encantavam me agunçando para estarmos mais próximos. E foi isso que eu senti, depois desses dois dias de contato, me sentia muito próxima deles, e percebi que a recíproca foi verdadeira.
Fiquei muito feliz de vê-los se mostrando ao serem recebidos por Patrícia na Associação Mundaréu, por Amélia no Arte em Fios, por Vanessa na Casa da Vila e por Idália no Ponto Solidário. E cada vez que entravamos em alguma loja uma onda de excitação e empolgação me envadiam. E de preocupação quando Vanessa, foi um pouco mais rude ao dar dicas dos produtos. Mas, que eu também percebi que eles levaram super na boa.
Preocupação para que eles se sentissem em casa no Hotel e achando que o que eles preferiam era cada um ficar em um quarto. Porém, não foi assim, que Inês se sentiu ao pedir para dormir com Romilda, pois não estava acostumada a dormir sozinha. Tenho certeza que para eles foi uma experiência muito boa e ela foi muito incrível para mim - nem tanto por ver as oportunidades de vendas dos produtos deles que eu já sabia que existiria- mas por ter conhecido pessoas extraordinárias. E ter vontade de cada vez estar mais por perto, conhecer mais sobre suas histórias ver um sorriso rosto e um olhar sincero.
Tecnicamente posso dizer que cumpri o objetivo do meu planejamento para visita, os artesãos puderam vivenciar um pouco das complexidades que existem de comercialização com São Paulo ( que não um ambiente que estão acostumados). Ainda não tomaram controle desses contatos, eu estou auxiliando nessa intermediação. Em contrapartida, tem muitas coisas que a gente não consegue planejar - e nem deve - que acabam acontecendo e são surpreendentes. Como foi eu ter conhecido um pouco de cada um deles de maneiras diferentes. E poder estar por perto nessa vivência deles.
E foi a minha primeira experiência de trabalho com alguma comunidade, de lidar sozinha - tanto tempo- com as pessoas. Deu medo, mas o medo passou rapindinho dando lugar para sentimentos muito melhores.
( numa visita inesperada)
( Romilda)
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Como eu consegui reunir pessoas, listar talentos e recursos que eu posso contar (para a realização do meu compromisso).
Desde janeiro de 2010, eu viajo de 15 em 15 dias para Guapiara, junto com os dois membros do INDES ( Cleide e José Luis) e juntos desenvolvemos um trabalho de organização de produtores e formalização de um empreendimento comunitário do segmento de artesanato. Então, essas viagens acontecem para nós nos reunirmos com o grupo de artesãos interessados em ser tornarem cooperados. É um trabalho muito gratificante e que me faz muito bem!
Esses encontros acontecem num espaço cedido pela Assistência Social de Guapiara, e foi uma sugestão dada pelas próprias funcionárias desse setor. E é o órgão, da esfera governamental, que mantêm a relação mais estreita com os artesãos.
Em média, participam desses encontros em torno de 40 artesãos, então não foi nada difícil encontrar pessoas dispostas a embarcar para São Paulo e vivenciar uma experiência nova. Meu objetivo, era encontrar 4 pessoas que topassem encarar esse desafio ( 4 porque é número que a minha logística, cuidado, transporte e outros consegue segurar).
Quanto ao apoio do INDES e da Assistência Social, a ideia foi muito bem aceita, pois essa tarefa diz respeito a uma experiência prática de comercialização. E faz parte de um dos objetivos de trabalho de atuação do INDES com os artesãos de Guapiara. Como eu disse anteriormente, o objetivo desse trabalho é que os artesãos tenham autonomia e possam também se articular com clientes na Região Metropolitana de São Paulo. O que não acontece agora, pois todos os insumos e a comercialização dos artesanatos é sempre mediada intensamente pela Assistência Social.
(Fig.: Encontro com grupo de artesãos e afins no dia 01/02)
PLANEJAMENTO
Pesquisa e contato: mapemaneto de pontos potenciais de comercialização na Região Metropolitana de São Paulo interessados em conhecerem e/ou venderem os produtos de Guapiara.
Objetivos especifícos:
1)Visitar e conhecer representantes da Associação Mundaréu no dia 20/04/10;
2) Visitar e conhecer representantes da Arte em Frios no dia 20/04/10;
3) Visitar e conhecer representantes da Casa da Vila no dia 21/04/10;
4) Visitar e conhecer representantes do Ponto Solidário no dia 21/04/10;
Público Alvo: artesãos de Guapiara - Romilda, Pedro, Inês e Marlene
Facilitadora: eu serei a pessoa que receberei e acompanharei o grupo nas 4 visitas em São Paulo.Hospedagem: Reservas de uma diária para 4 pessoas no Hotel Fórmula 1 Paraíso
Transporte: Táxi (Companhia Paulista de Rádio Táxi e outras).
TALENTOS E RECURSOS QUE EU POSSO CONTAR
Funcionárias da Assistência Social de Guapiara:
Com as meninas da Assistência Social eu sei que eu posso contar com ( Cida, Ligia, Maria e Rita), para ajudar incentivando o grupo que vai para São Paulo. E na volta de São Paulo ajudando com o transporte até Guapiara ( porque o ônibus para numa cidade próxima a Guapiara chamada Capão Bonito) e outros aspectos de organização.
Cida: irá auxiliar com o seu talento de excelentissíma motorista, buscando com o carro da prefeitura (recurso local) os artesãos que moram longe da rodoviária para embarcarem para São Paulo ( já que pelo horário não existirá a circulação de ônibus locais). E na volta de São Paulo, ela será a pessoa que receberá o grupo em Capão Bonito. E ainda, me tranquiliza, pois ela é uma pessoa que sabe cuidar dos outros.
Maria: com o seu talento de se manter muito próxima das pessoas, e ter uma relação muito amigável com o grupo.
Ligia: com o seu jeito de ser hiper simpática e sorridente, deixando-me mais confiante e sendo a pessoa da prefeitura que eu me comunico quando estou em São Paulo.
Rita: com o seu jeito de deixar os outros sempre se sentirem a vontade e estando pronta para ajudar.
Equipe INDES:
José Luís: com a sua habilidade de confiar nas pessoas, abrindo espaço para eu me mostrar prossionalmente, e estar sempre pronto para me ajudar. Além de contribuir com a sua alegria que contagia.
Cleide: com o seu talento em trabalhar com os números, ajudando a se chegar num valor necessário para a realização da viagem dos artesãos para São Paulo.
Eu: com a minha habilidade de estar aberta para vivenciar novas experiências e desafios. E por ser uma pessoa que se preocupa com o bem estar do outro.
Pedro: com o seu talento de ser líder, e que trás segurança para as pessoas que estão por perto.
Romilda: com o seu poder de articulação e autonomia, deixando-me mais tranquila para essa experiência.
Inês: com o seu talento de ser uma pessoa carinhosa.
Meus pais e irmã ( Sandra, Marcos e Mariana): Com o jeito deles de sempre me incentivarem, cuidarem de mim e me fazer feliz.
Jonhy bola (meu cachorro) : Sendo ele mesmo, e fazendo-me lembrar como a vida pode ser simples.
Bruno (meu namorado e amigo): Com o jeito de se preocupar comigo e estar sempre pronto para me ajudar e também me deixar feliz e tranquila.
Lojistas de São Paulo
Patrícia (representante Mundaréu): com o seu talento de ser uma pessoa carismática e simpática
Amélia (representante Arte em Fios): pelo seu poder de se mostrar interessada.
Vanessa (representante Casa da Vila): pela sua franqueza ao dizer o que pensa.
Idália (representante Ponto Solidário): com o jeito de ser muito receptiva e carinhosa.
Serviços oferecidos em São Paulo:
- Ônibus de viagem (companhia transpen - Guapiara/ SP e SP/ Capão Bonito/ Guapiara )
- Terminal de ônibus Barra Funda
- Metrô de São Paulo: linhas paraíso, barra funda, clinícas e vila mariana
- Ônibus de São Paulo
- Taxistas de São Paulo
- Hotel Fórmula 1 Paraíso: acomodações
- Padarias e restaurantes por kilo São Paulo
quarta-feira, 14 de abril de 2010
GUAPIARA - palavra que em tupi-guarani significa "ouro na serra". Município localizado a 260 km da Região Metropolitana de São Paulo ( 4 horas e 30 min. de ônibus) no altos do Vale do Parapanema. Cidade muita rica em aspectos ambientais e sociais. E também é nessa região que se encontra o último remanescente "contínuo" de Mata Atlântica, formado por um conjunto de unidades de conservação de diversos graus de proteção: (Parque Estadual Intervales/PEI, Estação Ecológica de Xitué/EEcX, Parque Estadual Carlos Botelho/PECB e Parque Estadual do Alto Ribeira.
Lá residem em torno de 21.000 habitantes, em que 60% da população vive na zona rural, tendo como principal atividade econômica a agricultura familiar, por meio do cultivo de diversos tipos de leguminosas.
Outra característica marcante da cultura local - além de danças, músicas e comidas típicas - é o artesanato, que gera renda para mais de 200 pessoas
e compreende 10 grupos que realizam diferentes tipos de artesanatos como: bordados, ponto cruz, vagonite, crochê, produtos em patchwork, cestarias, utilitários, móveis em palha de milho e taboa, arte em tecido de tapeçaria e processamento natural de compotas, geléias e outros.
Atuação do INDES (Instituto Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Eu (Julia), Cleide e José Luis em Guapiara - contrato com a Prefeitura Local.
Objetivo do trabalho: prestação de serviço especializado em desenvolvimento local,sensibilização, organização e gestão de empreendimentos comunitários.
Início do trabalho: janeiro de 2010
Meu papel: participar da facilitação desse processo e auxiliar o grupo a construir estratégias de comercialização do artesanato de Guapiara.
Cumprindo a minha tarefa...
Meu Compromisso: Propiciar vivências de comercialização em São Paulo (em 4 lojas de artesanato) aos artesãos de Guapiara, para que o grupo sinta as complexidades desse tipo de relação e possar assumir esses contatos. E que essa atividade contribua com o aumento da autonomia individual e coletiva dos artesãos.
Datas: realização dessa atividade nos dias 20 e 21 de abril ( semana que vem, na terça e quarta-feira)...
Em breve o planejamento de tudo isso, ueba. Estou muito empolgada, pois com certeza será uma vivência muito rica para mim e para os artesãos que virão para São Paulo....
sexta-feira, 9 de abril de 2010
- 50 kg de papel velho = 1 árvore poupada
- 1.000 kg de papel reciclado = 20 árvores poupadas
- 1.000 kg de vidro reciclado = 1.300 kg de areia extraída poupada
- 1.000 kg de papel plástico reciclado = milhares de litros de petróleo poupados
- 1.000 kg de alumínio reciclado = 5.000kg de minérios extraídos poupados
É todos esses dados fazem a gente pensar na importância desse processo chamado reciclagem, mas, mais do que reciclar nossos resíduos, a gente tem que reciclar o nosso modo de consumo né?.
LISTAR O QUE EU NÃO CONSUMO E DEPOIS DOAR
Eu adoro experiências que me incitem a lidar com a questão do DESAPEGO. Então vamos lá, eu passei algumas horas juntando aquele bando de pilhas e mais algumas horinhas analisando o que realmente eu não uso no meu quarto e que pode ser muito útil para outras pessoas. E não é, que eu descubro um monte de coisas, blusas, bolsas e acessórios sem uso, tinha também algumas revistas em bom estado que eu nunca li, e que pelo tempo que estavam guardadas eu não iria lê-las mesmo.
E para cumprir essa tarefa eu acionei a minha rede de contatos, e foi muito fácil, pois essa pessoa esta muito próxima de mim. É a minha mãe, ela trabalha já a uns 5 anos no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas em São Paulo, num programa chamado Conselho Familiar. E é um programa que tem como objetivo desenvolver atividades ( artesanato, bordado, entre outros) com os pais, ou responsáveis, pelas crianças que estão internadas no Hospital. E de tempos em tempos, o Conselho Familiar realiza bazares beneficentes, para arrecadar dinheiro para as atividades que desenvolve. E é o que vai acontecer no dia 3 e 4 de maio desse ano, um bazar do dia das Mães. Então, as coisas que eu separei serão doadas para esse bazar. E serão transportadas para o bazar pela minha mãe. E o que eu espero é que elas sejam utéis para alguém e que ajudem o Conselho Familiar a arrecadar dinheiro para as suas atividades.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
E como a Val do Elos "preveu", eu estava mais ansiosa do que pensava para este momento!!
1º TAREFA
Eu estou em São Paulo, sou formada em Gestão Ambiental e trabalho com um projeto de geração de renda em Guapiara, para formalização de empreendimentos comunitários dos segmentos de artesanato e agropecuária.
Como estou? Como eu me sinto?
Sinto-me, a procura de algo, na verdade de muitas coisas, que as vezes não consigo identificar. Nessa fase da minha vida, procuro estar perto de pessoas, não só com as pessoas (amigos e famílias) que já fazem parte da minha vida. O que me chama é conhecer novas pessoas, participar de novos desafios e estar sempre me descobrindo. E profissionalmente, o meu desejo atual é participar de projetos socioambientais voltados para comunidades e participar da materialização de suas vontades(de pessoas que vivem em comunidades). Estar perto delas e mostrar que elas são capazes de mudar o lugar que elas moram, o jeito que elas vivem, e que junto com outras pessoas tudo isso fica muito mais fácil.
E por já conhecer o trabalho que o Instituto Elos desenvolve, conhecer um pouco da metodologia do Oásis e do programa do Guerreiros e já ter vivenciado duas experiências de Óasis eu acredito profundamente que participando do GSA 11, eu vou ser uma pessoa mais rica em todos os sentidos.
O que me chamou para participar do programa foi a percepção de que muitas vezes eu podo os meus sonhos, não me entrego totalmente a eles e também por querer me enriquecer profissionalmente.
E a metodologia do Óasis me toca profundamente fazendo-me refletir sobre o jeito que eu quero viver, e me mostra que esse caminho é totalmente possível ( um viver aprendendo violão, cantando, sendo independente, construindo ações com as pessoas, estando cada vez mais próxima da natureza, e mudando sim o mundo de algum jeito).
Então, agora mais do que nunca quero vivenciar esse processo intensamente, pois ele vai refletir sobre a materialização das coisas que eu quero realizar, vai trazer subsídios e confiança para eu atuar com comunidades, que é o meio que eu quero e já venho trabalhando.
Eu acredito que todas as pessoas já têm um guerreiro dentro de si, e eu quero continuar nesse caminho despertando a guerreira que há em mim em toda a sua totalidade.
E porque eu quero trabalhar com comunidades?
Bem que uma amiga já tinha me dito que o “jogo” para entrar ou não no GSA 11 ia ser um processo de auto-aprendizado e que me leva agora a me questionar sobre o porquê eu quero trabalhar profissionalmente com comunidades, e que também ajuda a responder um pouco da minha história de vida.
Na escola Mutirão
Dos 6 aos meus 14 anos eu estudei em uma escola, de período integral em São Paulo na Granja Viana, chamada Mutirão. Foi lá que eu senti o que era uma comunidade e como era bom viver de forma comunitária, integrada com as pessoas e com a natureza. E lá eu construí a base de quem eu sou. E por a escola ter poucos alunos, todos se conheciam, dos menores aos maiores, dos professores a outros funcionários. Quando existia algum problema com alguma pessoa, todos sabiam, porque o problema era colocado para todos. E foi lá também que eu vivenciei os meus primeiros rituais, vivenciei o sentido da palavra harmonia, cooperação, respeito e outros.
Enfim, foi por causa dessa vivência, que eu gosto de viver de forma coletiva e integrada com a natureza. E o que agora é uma limitação da minha vida (e um desafio pessoal), pois eu moro em um prédio e não me sinto pertencida a uma comunidade maior). E eu tenho uma grande vontade de viver em alguma comunidade. E além de viver, trabalhar com pessoas para gerar esse sentido de comunidade, pois dessa forma as coisas são mais divertidas, fazem mais sentido, é mais fácil a gente conseguir nos objetivos pessoais e é um jeito que eu acredito como o certo para se viver.
Agora profissionalmente, essa descoberta de querer trabalhar com o lado social, com comunidades, a materialização disso veio no meu penúltimo ano de faculdade, com primeiro a elaboração, junto com um grupo, de um plano de negócios para trabalhar com agricultores, para uma produção mais sustentável do ponto de vista ambiental e no sentido de aproximação de produtor e consumidor, através de uma metodologia de trabalho inspirada na da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. E que foi um trabalho que desencadeou no meu trabalho de conclusão de curso, também realizado em grupo. E que tinha por objetivo estudar metodologias de desenvolvimento comunitário, através da análise de três metodologias, incluindo a do Instituto Elos.
Todos esses trabalhos ajudaram a solidificar a materialização do Instituto Raízes (projeto com mais 4 amigos), organização que tem como missão trabalhar com desenvolvimento comunitário. E até hoje nos mantemos reuniões semanais para a materialização desse projeto.
Para ver o vídeo produzido sobre o Instituto Raízes, para a participação do Conexões SENAC 2009 ( programa de empreendedorismo social) acessar:
- http://www.youtube.com/watch?v=zXU0D4PY5e0
E profissionalmente, vivenciei também o trabalho com o social, no Instituto Gea, ONG que trabalhava com programas de educação ambiental para cooperados de Cooperativas de Materiais Recicláveis em São Paulo, e outros programas de gestão de resíduo. E tive uma vivência direta com um público também através de um programa de educação ambiental – Trilhas Urbanas - da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de SP.
E no começo do ano passado tive pela primeira vez o meu trabalho mais direto em comunidades de São Paulo. Comecei a trabalhar voluntariamente na organização “Um Teto para o Meu País” (UTPMP), em que até hoje faço algumas ações que podem mostrar que eu já sou uma guerreira.
O UTPMP é uma organização formada só por jovens universitários. E que tem como objetivo desenvolver comunidades, através da construção de casas emergenciais, seguidos de planos de habilitação social, dentre outros, em todo o estado de São Paulo. Fiz parte da área de Detecção e subárea de Acompanhamentos, que tem como função continuar o trabalho nas comunidades pós-construção.
Sobre a construção de uma casa na comunidade Jardim Gardênia em Suzano para Dona Maria em julho de 2009:
“Chão de terra batida, espaço mínimo, e um frio que nem casacos e cobertores te fazem aquecer. E lá também não têm água quente ou comidas que te esquentem. Você já pensou em dormir num lugar como esse? Ou melhor, você já pensou em morar num lugar desses?
Essa é a realidade de milhares de pessoas, e é a vida que leva D. Maria, mulher guerreira que sobrevive através da ajuda de filhos e de uma merreca que recebe do governo. E principalmente através de seu diferencial, que mesmo diante de tantos percalços que a vida já lhe pregou sobrevive de uma maneira muito forte. É o seu sorriso, seu amor que transparece e contagia, e que faz a gente refletir do que verdadeiramente importa na vida.
Três dias, muito esforço e suor, correrias, reflexões, sono, cansaço, horas de desânimo e de desespero, tábuas e painéis carregados, dedos e muitos pregos pregados, pés afundados, pessoas diferentes, e uma alegria que fazia valer à pena. Uma realidade dura, que te entristece, intriga e te deixa cético.
Diante de tudo isso foram erguidas 10 casas. E agora D. Maria, e outras 9 famílias, terão dias diferentes, com mais espaço e acreditando mais no ser humano e neles mesmos. Tomara que não passem mais frio, tomara que consigam montar as suas casas do jeito que sempre sonharam, tomara que não lhes falte comida, tomara que nunca mais se fragilizem. E principalmente, como diz D. Maria, que o sorriso nunca saia do rosto, e que o amor nunca acabe, pois isso é que dá sentido à vida. Quando nós juntos com os outros estamos bem, conectados e nos ajudando!”
Sobre a construção de uma casa na comunidade Anita Garibaldi em Guarulhos, para o Valdeci, em novembro de 2009:
“Olhos profundos, a procura de algo, e que até me intimidavam, pois eu sentia que a minha alma era tocada de um jeito nunca antes experimentado. Cada dia uma descoberta, uma parte nova surgia, a casa crescia e Valdeci se mostrava de jeitos diferentes. Num acorde de violão, num canto de Elton Jonh, ou num simples dizer de gratidão ou saudades. Ou então numa ânsia profunda de ter que mostrar a sua identidade, seus feitos e nos mostrar partes da comunidade em que vive há mais de nove anos.
Um trabalho que envolve confiança entre a equipe de voluntários e o proprietário da casa. Confiança para uma nova casa ser erguida, e votos para que ela ou a sua representação (ação) impulsione melhoras na auto-estima de seu morador. Tomara, tomara que ela tenha tocado Valdeci do jeito que ele me tocou e que isso lhe dê mais fôlego para ele nunca desistir de suas canções”.
E o meu compromisso quando eu voltar do programa do Guerreiros, é continuar com a materialização de projetos como o Instituto Raízes, trabalhos em comunidades e outros projetos socioambientias. E, sobretudo, continuar com a materialização dos meus sonhos e contribuir com a construção de um mundo melhor.